Uma vírgula
E se as estrelas,
Com a pressa das coisas belas,
Se estilhaçarem na memória
De um quarto vazio,
Será ainda nos teus olhos,
Onde o tempo se curva à ternura,
Que encontrarei forma
Definitiva de ficar,
Como a delicadeza das marés
Que regressam sempre
Ao mesmo lugar.
Os lugares verdadeiros não desaparecem,
Habitam, ardem debaixo da pele,
À espera que voltemos,
Para reescrever os capítulos
Onde não mudaríamos uma vírgula
Do que juntos fomos nas entrelinhas.